Um simples sobrevivente

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Ser poeta não é apenas escrever! É nascer e viver poesias. Poeta e Editor

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Madrugas Quentes ou Geladas

Em meio o medo, a solidão, o desprezo
e a ausência de afeto nasce o poeta...
Das longas e intermináveis noites dos bares noturnos de Curitiba...
Muitas vezes já era o terceiro turno
das sete às dezenove horas um atendente de enfermagem
das vinte as três da manhã o poeta
nos anos noventa lá ia eu com meus livros à poetar de bar em bar
No Bife Sujo próximo a boca maldita, no Tragos Largos próximo
Ao Cavalo babão passava eu pelo Bar do Alemão...
Era no Balaio de Frango que eu tinha meus clientes
Mas em num bar de poucas mesas cantava meu amigo Natal
Ele chegou a Curitiba somente com seu violão
Dividia a noite com uma ratazana, alimentava com pizza que sobrava a rata,
Durante o dia, dormia nas praças e assim vivia...
Os dias foram passando e o poeta se aperfeiçoando
Aos domingos a Feira do Poeta nas manhas a tarde Sal Grosso e as vezes
Em quarto de pensão onde cabia uma cama e um balcão nos reuníamos então
Para comer pão com mel e escrever poesias...
Na Clotário Portugal existia o Bar Ponto Final
No porão da UNE o Bar do Saudoso Poeta Alberto Cardoso onde de sexta para sábado
Roda de musica, guitarra, violão e poesias lá muitas vezes amanhecia, com Ivo do Blindagem e sua banda ouvindo e declamando poesias.
Assim me fui moldando o poeta das madrugas quentes ou geladas.




Amaury Nogueira

Curitiba, 17 de agosto de 2003.


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