Em meio o medo, a
solidão, o desprezo
e a ausência de afeto
nasce o poeta...
Das longas e
intermináveis noites dos bares noturnos de Curitiba...
Muitas vezes já era o
terceiro turno
das sete às dezenove
horas um atendente de enfermagem
das vinte as três da
manhã o poeta
nos anos noventa lá
ia eu com meus livros à poetar de bar em bar
No Bife Sujo próximo
a boca maldita, no Tragos Largos próximo
Ao Cavalo babão
passava eu pelo Bar do Alemão...
Era no Balaio de
Frango que eu tinha meus clientes
Mas em num bar de
poucas mesas cantava meu amigo Natal
Ele chegou a Curitiba
somente com seu violão
Dividia a noite com uma
ratazana, alimentava com pizza que sobrava a rata,
Durante o dia, dormia
nas praças e assim vivia...
Os dias foram
passando e o poeta se aperfeiçoando
Aos domingos a Feira
do Poeta nas manhas a tarde Sal Grosso e as vezes
Em quarto de pensão
onde cabia uma cama e um balcão nos reuníamos então
Para comer pão com
mel e escrever poesias...
Na Clotário Portugal
existia o Bar Ponto Final
No porão da UNE o Bar
do Saudoso Poeta Alberto Cardoso onde de sexta para sábado
Roda de musica,
guitarra, violão e poesias lá muitas vezes amanhecia, com Ivo do Blindagem e
sua banda ouvindo e declamando poesias.
Assim me fui moldando o
poeta das madrugas quentes ou geladas.
Amaury Nogueira
Curitiba, 17 de
agosto de 2003.
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