Olho no planalto

No baixar das cinzas
após cinco intensas noites
ainda há quem tem energia
para gastar até o fim de semana.
Olho desconfiado para o planalto
central e vejo que agora é a hora
de vestir nossa brasilidade
e ditar as normas pois, somos
o povo, somos contribuintes.
Somos quem faz o país caminhar
não deixaremos que homens sem
nenhuma ideia do que é plantar,
contar com o clima para poder colher,
homens que não sabem o que é levantar
às quatro horas, todas as manhãs para
carpinar para plantar e para colher.
Homens e mulheres que deixam
seus filhos dormindo para madrugar
nas fábricas por todo país
sem ter a certeza que amanhã seus
empregos estarão garantidos,
esses homens que nunca trabalharam
por um mísero salário mínimo mas, são
eles que vão acabar com a aposentadoria
de uma nação para salvar as fortunas
por eles e seus pares concentradas.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Vivi e venci

Vivi para vencer a fome,
a tristeza, a dor da solidão...
Venci também a paixão...
Amo como a primeira vez
te olho como se fosse
o primeiro olhar e primeiro sorriso.
Vivi e venci o preconceito
da pele e do social...
Deixei de um quarto de pensão
e faço do apartamento
minha mansão.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

O Meu Amar

Amar é se olhar no espelho
e enfrentar a pessoa mais
linda refletindo nele...
É sonhar acordada,
ficar bem abobada,
é sorrir para nada
e quando é madruga,
poder ouvir o coração,
ouvir os passarinhos
que cantam sem sair
dos ninhos...
Amar é sentir
o cheiro da flor
ao entardecer...
Ver em seu peito florescer
o próprio amor a vida!


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
07.07.1985

Novo Dia

Com o coração apertado
meio magoado,
chorei de soluçar...
Mas, deixei no passado
hoje vivo ao seu lado
todo encantado!
Por ver brilho em seus olhos
vivo sorrindo, cantado
esperando a noite chegar
e ao teu lado ficar até
o novo dia chegar.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Renascimento

A força das palavras transmuta a dor,
tornando-a esperança...
Onde havia lágrimas,
agora o sol a fez secar, nascendo ali
o novo desejo de amar...

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Do meu Livro Caminhos de luz

A lembrança

A lembrança depositada na memória
tem seus dividendos e seus lucros...
Quando realizamos o balanço da vida
voltam as cenas vividas, as palavras
que foram proferidas e jamais serão esquecidas...
Aquela cicatriz reabre e sangra...
O consolo vem o corpo relaxa quando
os bons momentos vem e aflora...
Mostrando que foram muitos...
Ao mesmo tempo poucos...
Para sustentar um lar
com tantas rachaduras que tornou-se em ruínas.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
19/05/1992

Cristal

Vê quão linda és Clara,
Ao clarear nossas vidas
Breve seus passos clarearão
Seu futuro...
Tudo às claras 
É a fragilidade da vida...
Linda como cristal!

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

É Batucada

Parece ensaio de escola de samba
esse meu coração
Batuca por ti, de dia
e de noite sem perder o ritmo.
esperando desfilar na passarela do amor.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Uma Noite de Verão

Do alto do Morro do Anhangava,
Eu para o mundo gritava, livre
e sem ninguém para reprimir...
Aos treze anos nesse imenso
mundo de Deus...
Uma mochila velha, calça Lee
e uma blusa gasta pelo tempo,
alguns pães e ki-suco  assim,
fazia minha festa em um dos pontos
mais lindos que meus olhos
já contemplou.
As estrela pareciam os olhos do céu
a velar por mim em uma noite de verão.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Morro do Anhangava
set/1981



 

Vamos Botar o Nosso Bloco na Rua

A folia do deputados e senadores
com nossa aposentadoria
vai ser um sucesso ou
vamos botar o nosso bloco na rua?
Chega da realidade servir de fantasia.
Chega de escravizar o Homem do campo,
o pedreiro o carpinteiro o eletricista, a copeira
o operário, a operária, a enfermeira o profissional
da área de saúde enfim, chega de tirar de nós
trabalhadores para servir aos banqueiros e politiqueiros.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Capital Modelo

Título merecido nos anos noventa, Curitiba tornou-se 

a capital dos sonhos, após uma novela… 

 Com uma ótima infraestrutura para aqueles dias, 

transporte coletivo relativamente barato, muitas opções 

de lazer belas praças e parques muito bem cuidados pelos gestores da época… 

Veio o bumm habitacional e Curitiba projetada para ser a Capital das flores, dos sonhos… 

O modelo foi desconfigurando e tornou-se;

a capital do medo, da insegurança da desesperança, 

para muitos que chegaram sem cursos e sem obter uma qualificação 

e esses foram empurrados a viverem em casas de compensados, 

plásticos e papelão na periferia. 

Essa mesma população sem estruturas, avançaram para marquises 

e para as belas praças de um passado recente, e agora somos reféns 

da população criada por nós de alguma forma, mesmo.

Pois deixamos  de  cobrar uma atitude dos governos municipais

que fecharam os olhos e deixaram estalar o caos...

Na capital de todos nós paranaense.

Amaury Nogueira                                                                                                                                          Escritor e Poeta Paranaense

Cala Frio

Ao revê-la, um calor abateu
meu coração.
Um arrepio surgiu
em minha pele...
O corpo todo estremeceu
quando meus olhos
encontrou com o sorriso teu.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

O Esvanecer

O orgulho de uma nação,
caras pintada por um ideal
a revolta popular mostra
que algo tem que acontecer...
Pois, amanheceu e o sonho
não se realizou...
Agora esvanecida está a rua
máquinas velhas, vi deixar
o sonho mais uma vez esquecido.
Agora meu povo, vejo essa gente
roubar o último descanso que eu
e você poderia ter...
Uma só açoitada de uma canetada
seremos escravizados e eles
que roubaram a nação agora são
os "salvadores".
Temos mais uma chance, são poucos
dias para que eles façam carnaval
com o nosso suor, é irmos as ruas
e restabelecer a ordem garantir
que eles paguem o que nos furtaram
e nunca mais queiram atrapalhar
o progresso da nossa nação.

Amaury Nogueira
Escritor e Poeta Paranaense

Encontro

As letras se encontram
na branca folha
e fazendo em versos
com fino toque,
a magia da poesia.
São lembranças de uma tarde
ou daquela noite que ainda
não terminou...
Sei que na calma madrugada
nossos corpos se entrelaçou
com as infinitas estrelas a testemunhar.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Até o aparecer da luz

Esbravejamos, somos os verdadeiros donos do mundo
passamos por cima de quem estiver no nosso caminho
em busca de nossos sonhos materiais, seja um carro,
um apartamento, uma chácara ou uma fazenda.
Somos imbatíveis em nossos argumentos, sejam eles
para angariar confiança e subir na carreira ou de maquiar
as situações para obtermos vantagens.
Somos capazes de derrubar e reconstruir os sonhos
pois, somos semideuses...
Até aparecer um brilho no céu, um trovão mais forte
que abalem nossas estruturas então, voltamos a nós
e observamos que somos meros seres em evolução,
em busca de nós mesmo, assim podemos, recomeçar...
Depois da penumbra da noite, vem o dia e seguimos
sempre adiante, recomeçando a cada instante.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
do meu Livro Caminho de luz

Uma Luz

As luzes iluminam
os cantos mais sombrios...
Quando uma luz brilha no céu
até o coração que está na escuridão
Ela o faz brilhar!
É quando os sentimentos
de culpa a florescem
e sem nem uma explicação,
o sentimento do perdão floresce,
e por poucos momentos...
Até o brilho da luz desaparecer,
os corações humanos fragilizam
em forma de cacos.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
Do meu livro Caminhos de luz

Nova Chance

São tantos os perigos
que assolam nosso planeta,
que poucos conseguem olhar
para além das  montanhas.
Pois, o céu está logo ali...
Ao alcance da nossa mão.
Quando algo desconhecido
aproxima-se de nós, vindo
do universo, paramos e vemos
o quão desguarnecido estamos
perante as grandiosas obras do criador
e ao mesmo tempo, vemos quanto
amor Ele tem por nós!
Não deixamos destruir, sem que ao menos
tenhamos tempo de refletir,
pelos nossos atos.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
Do meu Livro Caminhos de Luz

O bem

O bem querer, é sentir-se amado
é poder ter a pessoa amada bem
ao nosso lado...
É ver o sorriso a cada amanhecer
e poder esperar o anoitecer,
para nunca mais, ter que retroceder.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Horário de verão

Já passou do horário...
Pois, o verão continua
o calor que aquece minha alma
e você "acaliênta" o meu coração.
Ás horas se fazem perto e o novo dia
se aproxima para viver o amor.

Amaury Nogueira 
Poeta Paranaense

Lacrimal

As meninas dos olhos
tornaram-se uma nascente.
Já no Brasil, não existe
trabalho para tanta gente:
os humildes com pouco estudo
já estão excluídos...
Os que lutaram, estudaram
e se formaram também não tem...
Para os que estão
em plena formação, claro que não...
Assim vejo, crianças famintas,
em busca de um pedaço de pão.
O ancião cansado pelo tempo,
suas experiências já tem valor,
pois tudo está na memória
de um computador.
Vejo que o lucro está acima de tudo,
para o grande empresário o que vale
é o resultado, pois, as máquinas
são mais precisas e não comem,
nem reclamam por melhores salários
e condições de vida e assim vai...
O desespero é tanto que o comércio
hoje é de pessoas...
Porque o governo nada faz,
para ele tanto faz...
O poço parece não ter fundo
e assim o rio de lágrimas vira mar.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Outono

Com o outono às portas
já estão amareladas as folhas
que nos deu a sombra, reproduziu
o vento, que acalmou o coração por dentro.
As folhas começam a cair formando
um colchão, se preparando para o inverno
pois, certamente conservará as sementes
do nosso amor para o ano inteiro.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Partiu a Tristeza

Quando a tristeza bater
abra as cortinas de seus olhos
e verás tanta vida pra fora da janela!
Se a tristeza insistir e te apunhalar o coração
abre um sorriso ao desconhecido...
E receberás o amor que servirá de curativo
e verás a tristeza partir!

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Retomar o Que é Nosso de Lei

Retomar o Que é Nosso de Lei

Não se engane, pois o amor também sangra
é com essas palavras que quero falar com você!
Demonstro meu amor, ao meu país, não sendo
o motorista, que após deixar os passageiros
com segurança, deita e descansa.
Sou igual ao sentinela, quando todos dormem
estou acordado, vigiando pois, quando
o ladrão chegar, estarei pronto para defender
o que é meu.
O amor é assim geralmente temos que brigar
para manter o que mais amamos.
Agora se você também ama o Brasil, venha
e ajude a colocá-lo nos trilhos, sem a
falsa crença que já o fez quando votou...
Vem comigo somar, vamos gritar se preciso
morrer...
Pois, os filhos e netos e a futura geração
é que depende de nós hoje, se sonhamos
com um país justo essa é a hora de irmos
à luta e retomar o que é nosso de lei
e de direito.
Não  a falsa reforma que tira os direitos
de um dia podermos partir em paz.

Amaury Nogueira
Escritor e Poeta Paranaense

Apedrejamento

Enquanto nós povo, saímos as ruas para protestar
contra as mazelas de um governo, com apitos
faixa e palavra de ordem.
Somos apedrejados pela mídia dita popular.
Se somos nós quem pagamos a tal mídia,
no mínimo deveríamos ter os dois lado de uma discussão
onde envolve as futuras gerações, já que estamos
voltando a escravatura  conhecer melhor
os nossos carrascos.
Faço um pedido a nossa mídia que nos detalhe
cada deputado e senadores que tenha uma ou mais
aposentadoria e com qual idade o mesmo se aposentou
para que possamos avalizar como o nosso representante
por esse serviço até o presente momento está sendo
negado a toda população.
Peço ainda que a nossa mídia não faça média e nos esclareça
onde são aplicados as arrecadações de loterias e dos impostos
a títulos do INSS, pois somos quase todos leigos e acho
que o mínimo que nossa grande mídia podia fazer é nos
colocar, ciente como essas arrecadações são investidas.
Se algum leitor tiver resposta por favor a hora de esclarecer
é agora pois os troncos já estão sendo estacados e todos
os trabalhadores é que vai ser chicoteado até sua morte
e decreta-se o fim da nossa constituição.

Amaury Nogueira
Escritor e Poeta Paranaense

Ode a Raul Seixas

Quando raiou o dia,
ainda ouvia Raul Seixas
já que meu coração noturno
insistia em dizer bom dia sol...
Achava que estava há dez mil anos atrás
quando um carimbador maluco surgiu
dizendo é pena que não sou seu escravo,
então fiquei maluco beleza, no metro
linha sete quatro três, olhando
dois homens fumando...
Isso me lembrou uma matamorfose,
quando disse mamãe eu não queria,
mais, uma mosca posou na sopa
resolvi partir, no trem das sete.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
23/08/1989

Vi Vi

Vi, Vinicius de Moraes
em Copacabana
declamando Poemas
quando ia declamar
um dos meus, acordei.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Toque de Amor

Faltam palavras...
Quando elas vem,
vem pela metade
Para que o meu coração
possa completa-las
com um toque de amor.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Revelação

Os olhos que vejo
me olha profundamente
despindo-me todo...
Nua frente ao espelho
te vejo...
Há todo o meu desejo
que meus olhos revelam.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Drumond

Momento nostálgico
ouvindo Drumond
na velha vitrola
ao lado de novos poetas

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Dias

Depois de dias
a fome invadiu
meu estômago vazio

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Montanha Verde

Da fonte que bebe
na encosta de um rio
que guarda seu leito
na montanha verde

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Tantas Palavras

Ao encher a boca
de uma bela poesia
matei a fome que rondava
meus olhos de tantas palavras
vinda do coração

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Pedido

Vi no céu uma estrela
cadente e para pedi ela
uma flor, então vi no jardim
florescer o amor perfeito

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Melodias do Amor

Ouço o rádio tocar, as canções 

de Tim Maia, Benito Di Paula, Luís Ayrão...

Fico na janela, recebendo o sereno 

que invade a madrugada.

Olho para a cama e vejo você, 

minha linda, doce amada.

Amaury Nogueira

Poeta Paranaense

Desceu Como Pluma

Desceu Como Pluma


Um sorriso, muito mais que amigo...
Um olhar fraternal porque não dizer fatal!
O frágil coração do poeta já desfacelado,
magoado e desiludido, ritmou descompassadamente,
sem medo de sofrer, rejuntou os fragmentos e refez, 
dando mais uma oportunidade de ser feliz.
Não podia ser diferente, o amor estava frente a frente
após, a troca de poemas declamados, um toque!
Os olhos flertam, os corações não resistem mais...
Você insiste, mais já não eram dois e sim um só
amor que nos conduzia.
O primeiro ano passou e com ele só aumentou 
nosso desejo de seguirmos juntos este caminho.
Parabéns minha deusa, minha inspiração.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

O Amor do Poeta

O Amor de Poeta

A musa poesia, sempre nos dá alegria.
Não precisa ter pele, nem olhos,
o sentimento que sai, expressa além...
A inspiração revela o segredo do amor
muitas vezes ele esta em uma flor,
no olhar encantador de pássaro, no sorriso
inocente da criança.
posso encontrar até no lento andar
de uma senhora aposentada, não da vida
e muito menos do amor.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Noite de Sexta Feira

Ao ouvir o badalo da matriz,
olho por cima as montanhas,
que levam mais uma semana.
Vejo apenas o sol se recolhendo
despedindo-se de mais um dia,
vaidosa vestida de prata vem
chegando a lua para brilhar
em noite de sexta feira.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

O Que Encanta Nela é o Mar

Na Minha Capital não tem metrô, não existe túnel, nem o imenso mar mais o que encanta nela é o mar das verdes plantações, dos algodões e dos grandes barracões, dos casulos... Da amoreira que alimenta o bicho da seda. Amaury Nogueira Poeta Paraaense

Poeta do b-a-a-bá

Não sou mágico
nem ilusionista
não uso terminologia
para complicar.
Sou poeta do b-a-a-bá
ser um nome tenho o meu...
Não sou famoso
sou apenas eu
o que mais importa
é ser reconhecido pelos meus
Sou poeta paranaense
lá do noroeste
e nunca perderei a esperança,
porque sou de Nova Esperança

Amaury Nogueira
Poeta paranaense

Sem Encontrar a Lua

Sem encontrar a lua


Na densa mata virgem
a escuridão envolveu
a noite...
parecia que a lua morreria
e céu negritou até o alvorecer.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

16.09.1992

Imensidão do Mar

Antes de entrar no mar
senti o massagear
da branca areia...
O mesmo mar que levou
a paz para o meu coração,
O mesmo coração que fez
brotar o nosso amor,
O amor vai além da imensidão
do mar e das estrelas...


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

A tarde despede-se

No despedir da tarde 
o doce cantarolar dos pássaros 
embriagam todo meu ser. 
Na velha casa de pau a pique 
o chão batido, sem taco, sem madeira. 
No fogão a lenha o bule de café 
a espera de alguém.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Até Buraco Desaparece

Em Curitiba é

Chuva todo dia,

um novo alagamento

no centro, mais um tormento

a água chega até em apartamentos...

Nas casas, lojas e departamentos.

Na periferia mais agonia alagamento

é todo dia, a rua se torna rio...

com a cheira até buraco desaparece.

quando a água se vai,

é que os problemas aparecem,

para os carros e pedestres.

Amaury Nogueira

Poeta Paranaense

Ânsia

Na ânsia de ver seu sorriso
fiquei a lado porta,
mais para você, nada importa.
Fiquei triste, ao passar sem
notar minha presença,
fui saindo de fininho,
para chorar no meu cantinho.
Parecendo o menininho
chegado do interiorzinho.



07/09/1981
Amauri Nogueira
Poeta Paranaense

Pedaço de Pão

Queria poder andar, sem ter vergonha
de ser um simples escritor...
queria ver meus escritos, nos muros
sem ter que procurar
alguém para me indicar...
queria andar, sem ver o menino a mendigar
um pedaço de pão para se alimentar
e ter em suas mãos um saco de cola para cheirar
queria ver o amor vencer...
mais sei que é utopia pois,
a cada dia vejo meninos e meninas
nas ruas a padecer.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Vida

Vida, que rompe os mundos,
visível e invisível,

que nos mostram em sonhos...

Os nossos belos dias vividos.

Vida que nos leva a olhar as flores

sentir seus odores!

Vida que abre os olhos da alma fazendo

o invisível sentir a presença do eu interior.

Vida que segue, sem parar nos obstáculos,

que vai além de onde a visão possa enxergar.

Mesmo em prantos não queremos
ser deixados pela vida.

Pois, a vida segue pelos seus próprios caminhos…

Amaury Nogueira

Poeta Paranaense

Cápsula do Tempo

Ao abrir a cápsula do tempo
recordei dos meus bons e maus momentos
Revi minhas alegrias renascer
minha filha crescer…
Mais lembrei da minha ausência
e chorei triste fiquei…
Vi também meu filho…
crescia com o tempo
o tempo que não tinha
e ele cresceu…
Agora me vejo sozinho
sei que eu mesmo construi o meu ninho.
Sei o tempo não volta atrás, vou fazer
o que aprendi escrever na memória
o tempo que perdi.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Eu e a Lua

 Ao vela desabrochar
 sem pressa caminho
 sobre sua luz... 
 Na madrugada  
 com a temperatura amena  
 eu a a minha pequena.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Pedregulhos

Na profundeza da alma
que se revela o caráter.
Um coração mexido
transplanta o amor,
fazendo nascer a flor
onde os pedregulhos
se amontoavam...



Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
Do meu Livro Caminhos de Luz

Quero Ser Respeitado

Não posso mais querer tão pouco
sendo que meus país é muitos...
São muitos os bois que vão ao matadouro.
Mais ainda são as aves importadas,
milhões de toneladas de milho, café e soja
são diariamente embarcadas.
Dessa riqueza toda, não vejo nada
o que vejo são apenas as estradas emburacadas.
Os impostos recolhidos vão pra onde?
Os médicos estão cada vez mais longe
da periferia, nem mesmo vejo
a gasolina a preço de importação.
pago mais aqui, do no país vizinho
que compra do brasil.
Não posso mais querer tão pouco
sendo que faço o muito, de eleger
sempre os mesmos, as vezes o
que muda é apenas a formula de falar.
Agora quero ser respeitado e ter meus
direitos assegurados como diz a constituição,

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Quero Apenas Igualdade

Quero apenas a igualdade
trabalhar os mesmos quatro dias
dos deputados que foram eleitos
com os votos de meu povo.
Quero poder viajar pelo Brasil
de aeronaves, poder comer
com meus amigos nos mesmo
restaurantes não quero mais
e nem menos se aposentar aos
cinquenta e cinco anos com o
mesmo salário do cidadão que
calejou as cordas vocais de tanto
prometer justiças nos palanques
eleitorais o agora presidente
do meu pais de igualdades meu
imenso Brasil!

Nada Mudou

Apenas os anos que trabalham
como pintores capilares
mudando os tons dos meus cabelos
em minha cabeça.
Os anos usaram de suas habilidades
para talhar novas marcas em minha face.
Suas experiências modelaram os novos
seres que somos hoje, mais nada mudou.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Queria Eu

Queria eu escrever o bem
e esquecer o mau...
Queria ter visão de raio-x
e ver além da visão...
queria ter um coração grande
para poder guardar todo o bem
que vem de você.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense
Do meu Livro Caminhos de Luz

Aprendiz de Poeta

Não foi a faculdade que me fez poeta,
nem tão pouco o colegial, 

mau tinha a quarta serie do antigo primário…

Escrevia tão mau que tinha vergonha
de mostrar meus rascunhos, 

quando votei a frequentar as aulas também escrevia…

Já tinha, completado o primeiro grau, quando voltei 

aos poemas do passado, notei o quanto tinha melhorado 

com os vocábulos mais, sabia que nunca
seria um escriba de poesias.

Mais uma vez o tempo passou…

Aos meus vinte e dois anos chegou
e aceitei o desafio, publiquei artesanalmente 

o meu primeiro livro, agora no meio dos grandes poetas,
 me sentia mais uma vez perdido…

O Leminski já conhecia em tempo de menino e nesse mo
mento ele já tinha partido, 

de outros movimentos já conhecia o Geraldo Magela.

A Feira do Poeta, a escola da vida, convivi,
com os grandes poetas contemporâneos,
Helena Kolody estava ali junto com Horácio Portella,
Urbano Rosa, Murilo Montanha, Maria Alzamora,
Helena Rocha, Silvana Mello, Enio Olivera,
Vanessa Moreno, Rosana, Marili, Palito, Oda, Chico Valiente, 

o Tipógrafo Carlão, Ângelo Batista, Luiz Ronconi,
Helio Leite, Jaqueline, Katia Hoom, Regina Bostolin…

Acho melhor parar por a qui, são tantos que vou me esquecer…

Mais, todos os Delores, Dominos, Querubins...
que fizeram e faz parte da feira é um pouco
que sou, um pouco poeta…

O mestrado da vida tem muitos mestres
e cada dia, encontro uns, Jeffersons, Alvaros, Vanices,
Lauras, Bellos, Elianes, Candieiros, Olintos e mais…

Amaury Nogueira

Poeta Paranaense  

A Mesma Caneta

Em tempo de crise
a caneta tem voz,
é empoderada pelo poder
que deixa as academias,
universidades, faculdades
e escolas para subir...
Com os políticos e patrões
a escrita é diferente...
Aonde as palavras de ordem
é cálice, não adianta ser revoltoso
pois, lá fora tem milhões
de desempregados, de crianças
sem ter o que comer...
o chicote agora é
apenas uma assinatura, é rua... 
A mesma caneta que um dia,
aboliu a escravidão.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Um relato pelo Jornalista e Poeta Mhário Lincon.

Uma Antologia Poética, como essa,
acabou por testar ofeeling do editor, poeta Amaury Nogueira,
que soube, como um maestro regendo uma Orquestra Sinfônica,
sistematizar de forma harmônica, cada verso, seguindo
a linguagem do coração, tornando a nós, leitores,
uma espécie de plateia extasiada diante da rara beleza mágica dessas palavras...
Tudo é magnífico nessa CONEXÃO.
Primeiro, o resgate depois de 11 anos de artistas que integraram a Feira do Poeta, em Curitiba-PR. Depois, a capa em cima da arte de Van Zimerman, aquarela que mostra a entrada da sede, à frente da igrejinha do chafariz, no Largo da Ordem, onde originariamente, por mais de 34 anos, os poetas se encontravam para partilharem suas obras. Inclusive, os imortais Paulo Leminsk, Helena Kolody, Alice Ruiz, Ângelo Batista entre outros. Depois do boom, a Feira do Poeta ficou inativa por mais de 10 anos até seu resgate, agora (2015) pelas mãos do poeta Amaury Nogueira e equipe extraordinária de amantes da poesia.

Alma Chorosa

Com os cabelos embranquecendo
vi minha mocidade jogar-se pela janela.
Os dias, tardes e noites se foram...
Deixando paras madrugadas,
o sentimento ferido e a alma chorosa.
Enquanto não consigo estancar o rio
que transborda em minha face as lágrimas
do orgulho ferido.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Perdas Sociais ou Vandalismo

Quinze por cento, muito além da inflação!

Quando temos que tirar da mesa o pão e o leite...
Quando vemos nossos filhos e netos sendo
massacrado pelo sistema e ainda serem
chamados nos meios de comunicação
de arruaceiros, baderneiros, cresce mais ainda
nossa indignação.
Justamente no primeiro dia da volta as aulas
vemos, nosso orçamento diminuir brutalmente
com o aumento de passagens, combustível e
alimentação.  Sem contar que todo o material
escolar já teve aumento bem acima dos quinze por cento.
A crise criada em laboratório por ganancia e poder
agora atinge o sonho e o futuro de uma fatia da nação,
para realizar os sonhos dos filhos dos empresários
donos das empresas de transporte coletivo de Curitiba
e região, claro que urgente presentear esses jovens
com uma BMW, MERCEDES ou uma FERRARI
a  custa do cinquenta e cinco centavos por passagem
que todos os trabalhadores e estudantes já estão pagando.
O que foi pichado então?
- Não foi as portas do comercio...
Foi o bolso do trabalhador do estudante.
O que fui depredado?
Não foram os bancos e patrimônio...
Foi essa ganância pelo lucro.
A barbárie foi causada pelo poder público ao longo do tempo
deixando a frota ser sucateada, para que os empresários
obtivessem cada dia mais lucro e agora quem arcará com a
reformulação somos nós, os trabalhadores e estudantes
nós que já pagamos um alto preço por utilizar um transporte
cheio de baratas, furtos e outros abusos que acontece no dia a dia.
Para nós bater panelas, queimar, pneus fazer passeata ou gritar
não vai mostrar o descaso e o arrocho que
o vandalismos do capitalismo causou para todos nos.

Amaury Nogueira
Poeta e Escritor

Vazio dos Porquês

Deixo partir, sei que já fez sua parte
agora, terei que seguir a partir da qui...
Suas lembranças jamais sairão
de minha memória.
Agradeço pelos momentos felizes
que compartilhamos
e pelos desafios que juntos enfrentamos...
Agora partes fico no meio do imenso
vazio dos porquês.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Realidade

A prova que poesia
não enche barriga
é ver quatro crianças
sem ter o que colocar
na pança.


Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Experiência

Não está na vivência
Está no realizar
das coisas no dia a dia!

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Operação Consciência

Foi deflagrada nesta segunda feira
e esta ao alcance de todos
uma grande variedade de coisas
para o corpo e para mente.
a escolha é grátis e livre
Está exposta na banca
se preferir honestidade
você leva junto o bom caráter
tem propina e ainda milhões
em sua conta bancaria.
Está quase acabando mais se correr
ainda encontra justiça e prisão
para alguns condenados.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Humildade

O custo é muito alto para mim!
Vou continuar em meu conforto
em meu carro importado do ano,
na piscina com os amigos...
Acha mesmo que posso ir
nas arquibancadas de um estádio
misturar-me com pessoas comuns,
trabalhadores, estudantes e desempregados...

Vai ser difícil deixar minha vaidade,
o que vou fazer com minhas conquistas
e meus títulos para tornar-me simples...

Dificilmente dobrarei meus joelhos
para falar na mesma altura
com uma criança.
Humildade é um artigo raro somente
para ser exposto em jornais.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Nada Sou

Quando o ano se inicia já não faço planos futuristas, 

nem planejo os próximos, 

sei que viver é uma arte, mais estar vivo é uma glória 

que conquisto a cada alvorecer de uma nova manhã.

Quanto mais perto de despedir-me destes momentos, 

sinto cada vez mais o vazio aqui de dentro,

pode ser que minha passagem esteja tão próxima,

que sinto a vontade de refletir, pesar, acelerar 

os conhecimentos e passar minhas experiências…

Quando tive a certeza que sou o que sempre fui, 

e que serei, sempre eu... 

mas cada vez buscando curar as chagas da alma. 

Nesta busca, esperando reparar os erros anteriores 

e buscando acertar mais e errar menos, 

sigo em frente reconhecendo que nada sou.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense

Braseiro

Deixe apenas o braseiro

Queimar o peito,

Já abafei a chama

Que queimava o corpo inteiro.

Deixe apenas as brasas...

Pois espero que o vento pare

E que ás brasas virem cinza

E se espalhem pelo campo

De uma grande amizade.

Pois somente assim,

Vou pode tela junto de mim.

Em Pensamento

Em pensamento

Ao adentrar pela verde Mata Atlântica,

pelo rio das pedras, vi o seu leito verde

se esparramar pelas colinas

até encontrar o mar abaixo da neblina.

Vi também jorrar águas da rocha

formando Véu da Noiva.

Parei e observei a escalada no Pico do Morumbi

Subi no Morro do Boi onde deixei meu pensamento

adentrar o mar pela Praia Mansa.

Cruzei o Ferry-boat, subi as escadarias do nosso Cristo,

quando percebi estava em Pontal do Sul voltei a pensar

atravessei o mar e ancorei-me na Ilha do Mel!

Amaury Nogueira

Poeta Paranaense