Relembrando

Ao passar pelo tempo vi voar minha vaidade
agora com os cabelos brancos já sendo avô
percebo que o tempo para mim passou...
A noite passa ser uma lembrança,
a madrugada a esperança de poder ver
o sol rasgando a escuridão.
Ouvir a Sabíá no pé da laranjeira cantando
e João de Barro gargalhando nas primeira horas do amanhecer.
Poder sentir o aroma do café sendo passado
ainda no coador de pano no velho fogão de lenha
ver a manteiga dereter no pão acado de sair do forno de barro
construido no terreiro coberto com sapê.
Agora posso olhar para trás e dizer valeu a pena viver
mesmo sem teto as vezes dormindo a céu aberto
sem ninguém por perto.
Hoje tenho um lugar para chamar de lar,
uma linda mulher para amar e poder sonhar
com os olhos abertos.

Amaury Nogueira
Poeta Paranaense